quinta-feira, 3 de outubro de 2013

0,1%


O resultado da PNAD mais recente trouxe vários dados estatísticos sobre o Brasil. Inclusive educacionais.
Vejamos:

- Analfabetismo funcional caiu de 20,4% para 18,3%: queda de 2,1%.

- Número de estudantes com nível superior completo chegou a 14,2 milhões: aumento de 6,5%.

- Mas qual a manchete escolhida pela imprensa brasileira? 
Essa: aumento de 0,1% no analfabetismo.
0,1%! 
0,1 é quase zero.

Na busca desesperada de um motivo para queimar o filme do atual governo, se apegaram a 0,1%.

Depois a imprensa brasileira reclama ao ser reconhecida como o braço midiático da direita/oposição brasileira. 

Chegará o dia em que nem 0,1% da população dará crédito a esse tipo de manipulação.

Um pouco de FHC.


Para discutirmos Fernandenrique, temos que entender o contexto e dar uma rápida olhada no passado dele, sua história no CEBRAP, seus estudos nos EUA, sua estreita relação com o Instituto Ford e a consequente camaradagem com a CIA.

Boa parte desse apoio a Fernandenrique e seus pares foi revelado no livro de Frances Stonor Saunders, "Quem pagou a conta" (link: www.record.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=276 ).
Recomendadíssimo.

Unindo essas pontas soltas concluimos que Fernandenrique se deixou tornar um personagem confiável aos interesses da Casa Branca na América Latina.
Um personagem no qual a Casa Branca depositou muita confiança. E não só confiança: depositou alguns milhões de dólares também. E ainda deposita ambos, até hoje.

A teoria da dependência, defendida por Fernanderique e outros vira-latas de sua época, é um subproduto dessa relação.
Teoria caída em desgraça, mas rebatizada e ainda defendida até hoje por alguns.

O sociólogo brasileiro da Casa Branca foi colocado em posição de destaque, numa catapulta eleitoral chamada Plano Real: lançado há menos de 5 meses da eleição, em 1994. Menos de 5 meses de uma eleição!!!

Qualquer um que estivesse sentado nessa catapulta, seria catapultado. Mas após a aventura de um Collor, precisavam dessa vez, de uma marionete de confiança.

O Plano Real foi desenvolvido menos p/ reduzir a hiperinflação e mais para facilitar a vida (e a vinda) do capital especulativo pesado no Brasil.

No lugar do overnight, abriu-se um leque para a financeirização cega da economia nacional.
E junto, todo o pacote de medidas neoliberais do famoso "Consenso de Washington": privatizações, empréstimos do FMI, cortes de verbas sociais, desmantelamento da educação crítica etc.

Bom, Fernandenrique foi e é uma marionete revestida com o verniz da intelectualidade.
Não passa de um vira-lata entreguista, com um pedigree de estadista comprado pelo verdadeiro dono, que lhe puxa a coleira lá do norte até hoje.


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Julgando o #STF

Com 3 perguntas e 3 análises eu condeno pelo meu juízo o modo como o STF conduziu desde o início o julgamento da ação penal 470, o chamado "Mensalão petista".


1º – Quem teve a "brilhante" ideia de julgar uma ação penal direto na última instância?
- Nem precisa ter muito conhecimento jurídico para enxergar o básico: última instância só depois das instâncias anteriores. 
É assim, sempre foi assim, mas para julgar membros do PT não foi assim.


2º – Porque o presidente do STF escolheu julgar antes o "mensalão" que veio depois?
- O dito "mensalão tucano" ocorreu em 1998, e está desde 2003 no STF aguardando julgamento.
- O tal "mensalão petista" ocorreu em 2005 e foi julgado antes.

O STF inverteu a ordem.

Empurrou para lá sabe-se quando o julgamento do mensalão original, do PSDB de Minas Gerais que aconteceu antes, com risco de prescrever.
E preferiu-se julgar antes o "mensalão do PT"… Estranho, não?

Veja aqui o vídeo da TV Justiça onde o "mensalão tucano" simplesmente desaparece da pauta do STF: 



3º – Porque o "imparcial" tribunal alterou forçadamente a agenda do julgamento fazendo
o final coincidir exatamente com a semana das eleições municipais de 2012?
- Após a inversão na ordem dos "mensalões", mais uma manobra nada convencional do STF. Ou melhor, do presidente do STF. Manobrou a agenda para o "grand finale" coincidir com os dias de 
votação das eleições municipais de 2012.
Ou seja, claramente ministros do STF usaram o STF como parte de um jogo político de um grupo político.
Isso é certo? É confiável?

Conclusão:
O mesmo STF que soltou banqueiros bandidos (Daniel Danta e Salvatore Cacciola), inocentou Collor de Mello, soltou Roger Abdelmassih e afins, decidiu de uma hora para outra, mudar todas as regras, importar outras e ferir a Constituição, mas não para fazer justiça, e sim para servir a uma estratégia política de destruição de um grupo em favor de outro.